quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Samba Popular Livre

SAMBA POPULAR LIVRE COM ANDERSON LIGUTH E CONVIDADOS


Dia 02 de Dezembro à partir das 16h.
Local: Novo Mercado Velho

A primeira comemoração do dia do samba foi feita em Salvador, na Bahia, em 1963, em homenagem ao compositor Ary Barroso. De lá pra cá, a popularidade do ritmo e a quantidade de samba produzido só fazem aumentar. Para homenagear este ritmo tão importante para a cultura nacional, o sambista Anderson Liguth e convidados promovem uma roda de samba pública para amantes do samba.




RESUMO DA OBRA “AS MISÉRIAS DO PROCESSO PENAL”, de Carnelutti Francesco.


Por: Wesley Jucá



A TOGA 
É uma divisa, como aquelas dos militares, com a diferença que os magistrados e os advogados a usam somente em serviço, em certos atos do serviço, particularmente solenes, desune e une; separa os magistrados e advogados dos leigos, para uni-los entre si.

O PRESO

Para mim, o mais pobre de todos os pobres é o encarcerado.


As algemas são um símbolo do direito, talvez seja o mais autêntico de seus símbolos, mais expressivo que a balança e a espada. E justamente as algemas que servem para descobrir o valor do homem.


O ADVOGADO

Advogado soa como um grito de ajuda. “Advocatus, vocatus ad”, chamado a socorrer. O Médico também e chamado a socorrer; mas só ao advogado se dá este nome.

Advogado é aquele, ao qual se pede, em primeiro plano, a forma essencial de ajuda, que é a amizade. Aquilo que atormenta o cliente e o impele a pedir ajuda é a inimizade. As causas civis e, sobretudo, as causas penais são fenômenos de inimizade.
O encarcerado é um necessitado, não de alimentos, nem de moradia, nem de remédios. O único remédio, para ele, é a amizade. O conceito de aliança é a raiz da advocacia.

O JUIZ E AS PARTES

Aqueles que estão defrontes ao juiz para serem julgados são as partes, quer dizer que o juiz não é uma parte. Os Juristas dizem que o juiz é supraparte: por isso ele esta no alto e o acusado embaixo.
O juiz e um homem e, se é um homem, é também uma parte. Esta, de ser ao mesmo tempo parte é não parte, é a contradição, na qual o conceito juiz se agita. Ser um homem e dever ser mais que um homem é o seu drama.
Nenhum homem se pensasse no que ocorre para julgar outro homem, aceitaria ser juiz. Contudo achar juízes é necessário. O drama do direito é isto.

PARCIALIDADE DO DEFENSOR

Cada homem é uma parte. Por isso nenhum chega a alcançar a verdade. Aquela que cada um de nós crê ser a verdade não e senão um aspecto dela, como uma minúscula faceta de um diamante.
Se o advogado fosse um argumentador imparcial, não somente trairia o próprio dever, mas contrariaria a sua razão de ser no processo e o mecanismo ficaria desequilibrado. No fundo o protesto contra os advogados é o protesto contra a parcialidade do homem. Eles são os cireneus da sociedade: carregam a cruz por outro. Esta é a nobreza deles.
O juiz tem necessidade de que lhe sejam apresentadas todas as razões para encontrar a razão. 

AS PROVAS

A tarefa está no saber se o acusado é inocente ou culpado. Percorrendo todos os fatos buscando saber se um fato aconteceu ou não, voltar atrás é aquilo que se chama fazer a história. As provas servem exatamente, para voltar atrás e reconstruir historias, para o qual colaboram a policia, o Ministério público, juízes, defensores e peritos.

O JUIZ E O IMPUTADO

Em um processo por homicídio, se está certo de que o acusado, com um tiro de pistola, matou um homem, não se sabe ainda dele tudo quanto precisa saber para condená-lo. O homicídio não é somente ter matado, mas ter querido matar.
Não se pode julgar por intenção senão através da ação. É preciso que consideremos toda a ação, não apenas parte dela. O juiz deve ter em conta a conduta e a vida do réu, antecedentes ao delito, a contemporânea e pós-delito, condições de vida familiar, individual e social.

O PASSADO E O FUTURO NO PROCESSO PENAL

A verdade é que o remédio para o passado está no futuro é não há outro modo para resolver o problema do futuro do homem, que não seja o de voltar ao passado. Se há um passado que se reconstrói para fazer base do futuro, é o do homem nas grades do processo penal. Não há outra razão para atingir o delito senão aquela de impor-lhe a pena. O delito está no passado, a pena está no futuro.
Não basta reprimir os delitos, necessita preveni-los. O cidadão deve saber antes quais serão as consequências dos seus atos para poder regular-se.

A SENTENÇA PENAL        
                                                                                                   

Reconstruída a história e aplicada à lei, o juiz absolve ou condena. O juiz absolve por insuficiência de provas. Não que o acusado seja culpado ou inocente. Quando ele é inocente, o juiz declara que o acusado não cometeu o ato, ou que o ato não constitui delito. Porém, nos casos de insuficiência de provas, o juiz declara que nada pode declarar. O processo se encerra com um nada de fato.
A grave deficiência vem à tona quando o acusado não é culpado, a declaração de sua inocência é a única maneira de reparar o dano que injustamente lhe foi ocasionado.

O CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

Todavia absolvição ou condenação, o processo termina quando o juiz diz a ultima palavra. O condenado que, por achar-se redimido antes do termino fixado pela condenação, permanece na prisão porque deve servir de exemplo aos outros, sendo submetido a um sacrifício, na mesma está o inocente, sujeito a condenação por um daqueles erros judiciários.
Para curarmos o delinquente, devemos chegar ao seu coração. E não há outra via para se chegar a ele, senão a do amor. Não se supre a falta do amor, a não ser com o amor. A cura de que o preso necessita é a cura do amor.

A LIBERACÃO

O processo termina com a saída da prisão, mas a pena não. O sofrimento e o castigo continuam. Ao sair da prisão, o ex-condenado acredita não ser mais um encarcerado, mas as outras pessoas não o veem assim. Para as pessoas, ele é sempre um encarcerado. A crueldade está no pensar que, se foi, deve continuar a ser.
Agora o pensamento caminha para o cárcere perpetuo, no cárcere perpetuo a porta da cadeia não se abre a não ser para deixar passar o cadáver. As pessoas creem que o cárcere perpetuo seja a única pena perpetua; e não é verdade. A pena, se não mesmo sempre, nove vezes em dez não termina nunca.

ALÉM DO DIREITO

A civilização, humanidade, unidade são uma coisa só: trata-se da possibilidade alcançada pelos homens de viverem em paz.
O processo penal é aquela espécie que melhor revela as deficiências e as impotências do processo. Á medida que o processo penal se aprofunda e se aperfeiçoa, começa-se a descobrir as linhas da verdade.
O direito se fosse construído e manobrado da melhor maneira possível, poderia obter o respeito de uns aos outros. As misérias do processo penal são aspectos da miséria fundamental do direito. Não desacreditando o direito, mas alertar contra a sua apreciação exagerada, não desvalorizando, mas evitando que seja sobrevalorado. 
Os homens não se podem dividir em bons e maus, tampouco em livres e encarcerados, porque há fora do cárcere prisioneiros mais prisioneiros do que os que estão dentro.

BIBLIOGRAFIA
CARNELUTTI, FRANCESCO. AS MISÉRIAS DO PROCESSO PENAL

São Paulo: Editora LEME 2015 3ª edição.


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Após 6 anos, a NASA finalmente irá transmitir uma aterrissagem em Marte

POR DANIELLE CASSITA (VIA NEXPERTS)


Quando foi a última vez que você sentou na frente da TV ou do seu computador para observar uma bela aterrissagem em Marte? Faz tempo, né? Se você é um entusiasta dos acontecimentos do espaço, temos uma boa notícia: a Nasa irá transmitir o pouco da InSight Mars Lander no planeta vermelho no dia 26 de novembro. E, dessa vez, não dá para ninguém ficar de fora: a transmissão acontecerá na TV Nasa no site, no Twitter e Facebook.

O evento está sendo aguardado com bastante por diversos fãs de ciência, já que a última vez que a Nasa fez uma transmissão de uma aterrissagem foi há seis anos, com o rover Curiosity. Agora é a vez da InSight, que decolou no dia 5 de maio. Se tudo correr bem, esta será a primeira espaçonave da NASA a aterrisar em Marte desde a Curiosity, que a antecedeu em 2012.
Dessa vez, o objetivo da missão é estudar profundamente o interior do planeta vermelho, recolhendo dados que ajudem os cientistas a entenderem melhor a formação dos planetas rochosos - incluindo o nosso.

Ficou animado e quer acompanhar a transmissão da missão? Basta acompanhar as transmissões nas redes sociais da NASA. Clique aqui para acessar a página oficial que contém a programação do dia do lançamento, incluindo entrevistas com experts da missão, conferências e mais.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

SAMBA DA RAÇA


SAMBA DA RAÇA - 20 DE NOVEMBRO


Em alusão ao dia Nacional da Consciência Negra será realizado o SAMBA DA RAÇA. Uma roda que traz a raiz, o batuque e a originalidade do legado afro-brasileiro.

O quê? Samba da Raça

Onde? Na Rua da África, próximo a Passarela Joaquim Macedo, no Mercado Velho

Como? Em espaço público, gratuito 

Quem? Anderson Liguth e Convidados

Quando? Dia 20 de novembro, terça-feira, 19h.


"Parece que sou Zumbi dos Palmares quando sambo. O Príncipe herdeiro dos quilombos do Brasil."

terça-feira, 13 de novembro de 2018

App permite criar figurinhas para o WhatsApp a partir de fotos; veja como fazer

Figurinhas como as que existem no Facebook Messenger e Telegram são o mais recente e divertido recurso disponibilizado no app

NO STICKER STUDIO, VOCÊ ESCOLHE UMA FOTO E SELECIONA O CONTORNO DA ÁREA QUE QUER TRANSFORMAR EM UMA FIGURINHA (FOTO: REPRODUÇÃO/STICKER STUDIO)
 POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE

Anunciadas há algumas semanas, as figurinhas do WhatsApp já estão disponíveis para boa parte dos usuários usarem em suas conversas, juntamente com os GIFs e emojis. Enquanto pacotes básicos de figurinhas (algumas já presentes no Facebook Messenger) foram enviados para os celulares na última atualização do app, quem usa o WhatsApp no Android pode também fazer as suas próprias, como mostra artigo do The Next Web.

Isso pode ser feito com o app gratuito Sticker Studio, em que você seleciona foto (pode ser uma tirada com a própria câmera ou recebida de outra pessoa) e seleciona o contorno da área que quer transformar em uma figurinha (como uma única pessoa em uma foto com outras).

A partir de três figurinhas criadas, você já pode exportá-las para o WhatsApp na forma de um pacote. Cada pacote pode ter no máximo 30 figurinhas, e há um limite máximo de 10 pacotes por usuário.

Além do Sticker Studio, o próprio WhatsApp tem suas orientações para quem quer criar suas próprias figurinhas. É um método mais complexo e que exige alguns conhecimentos básicos de programação, mas o app dá todos os detalhes neste link. Na ferramenta “oficial”, além disso, também é possível criar as figurinhas no sistema iOS

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Viagem no tempo pode ser possível, diz o último livro de Stephen Hawking

Em sua última colaboração científica, astrofísico britânico teoriza sobre as possibilidade de se transportar entre o tempo e o espaço

STEPHEN HAWKING (FOTO: NASA/PAUL ALERS/WIKIMEDIA COMMONS)
Se alguém fizesse um pedido de bolsa de pesquisa para trabalhar em viagem no tempo, ele seria demitido imediatamente", escreve o físico Stephen Hawking em seu livro póstumo, Brief Answers to the Big Questions (breves respostas para grandes perguntas, em tradução livre). Ele estava certo. Mas ele também estava certo ao perguntar se a viagem no tempo possível é uma “questão muito séria” que ainda pode ser abordada cientificamente.

Argumentando que nosso entendimento atual não pode descartá-lo, Hawking foi cautelosamente otimista. Então, onde isso nos deixa? Não podemos construir uma máquina do tempo hoje, mas poderíamos no futuro?

Vamos começar com nossa experiência cotidiana. Nós aceitamos a capacidade de ligar para nossos amigos e familiares onde quer que eles estejam no mundo para descobrir o que eles estão fazendo agora. Mas isso é algo que nunca podemos realmente saber. Os sinais que transportam suas vozes e imagens viajam de forma rápida, mas ainda leva um tempo finito para que nos alcancem.

Nossa incapacidade de acessar o “agora” de alguém distante está no coração das teorias de espaço e tempo de Albert Einstein.

Velocidade da luz

Albert Einstein disse que espaço e tempo são partes de uma coisa – espaço-tempo – e que devemos estar tão dispostos a pensar sobre distâncias no tempo quanto distâncias no espaço. Por mais estranho que isso possa soar, ficamos felizes em responder “cerca de duas horas e meia”, quando alguém pergunta o quão longe Birmingham está de Londres, no Reino Unido. O que queremos dizer é que a jornada leva "tanto tempo a uma velocidade média" de 50 quilômetros por hora.

Matematicamente, nossa declaração equivale a dizer que Birmingham fica a cerca de 200 quilômetros de Londres. Como os físicos Brian Cox e Jeff Forshaw escrevem no livro Por que E = mc²?, tempo e distância “podem ser trocados usando algo que tem a velocidade de uma velocidade”. O salto intelectual de Einstein era supor que a taxa de câmbio de um tempo para uma distância no espaço-tempo é universal – e é a velocidade da luz.

A velocidade da luz é a mais rápida que qualquer sinal pode percorrer, colocando um limite fundamental em quanto tempo poderemos saber o que está acontecendo em outras partes do universo. Isso nos dá “causalidade” – a lei de que os efeitos devem sempre vir depois de suas causas. É um grave espinho teórico do lado dos protagonistas viajantes do tempo. Para eu viajar de volta no tempo e colocar em movimento os eventos que impedem meu nascimento é colocar o efeito (eu) antes da causa (meu nascimento).

Agora, se a velocidade da luz é universal, devemos medi-la para ser o mesmo – 299.792.458 metros por segundo no vácuo – por mais rápido que nos movamos. Einstein percebeu que a consequência da velocidade da luz ser absoluta é que o espaço e o tempo em si não podem ser. E acontece que os relógios móveis devem ser mais lentos que os estacionários.

Quanto mais rápido você se mover, mais lento será o seu relógio em relação ao que você está passando. A palavra "relativo" é a chave: o tempo parecerá passar normalmente para você. Para todos que estão parados, no entanto, você estará em câmera lenta. Se você fosse se mover na velocidade da luz, você pareceria congelado no tempo – no que diz respeito a você, todos os outros estariam adiantados.

Então, se viajássemos mais rápido que a luz, o tempo correria para trás, como nos ensinou a ficção científica?

Infelizmente, é preciso energia infinita para acelerar um ser humano à velocidade da luz, muito menos além dela. Mas, mesmo que pudéssemos, o tempo não seria simplesmente atrasado. Em vez disso, não faria mais sentido falar de adiantado e atrasado. A lei da causalidade seria violada e o conceito de causa e efeito perderia seu significado.

Buracos de minhoca

Einstein também nos disse que a força da gravidade é uma consequência da maneira como a massa distorce o espaço e o tempo. Quanto mais massa nos espremermos em uma região do espaço, mais espaço-tempo será deformado e os relógios próximos mais lentos serão acionados. Se espremermos massa suficiente, o espaço-tempo ficará tão deformado que até a luz não poderá escapar de sua atração gravitacional e um buraco negro será formado. E se você se aproximasse da borda do buraco negro – seu horizonte de eventos – seu relógio marcaria infinitamente lentamente em relação àqueles distantes dele.

Então, poderíamos distorcer o espaço-tempo da maneira certa para se fechar e viajar no tempo?

A resposta é talvez, e a deformação que precisamos é de um buraco de minhoca atravessável. Mas também precisamos produzir regiões de densidade de energia negativa para estabilizá-la, e a física clássica do século XIX impede isso. A teoria moderna da mecânica quântica, no entanto, talvez não.

BURACO DE MINHOCA (FOTO: ALAIN R/WIKIMEDIA COMMONS)

De acordo com a mecânica quântica, o espaço vazio não está vazio. Em vez disso, ele é preenchido com pares de partículas que entram e saem da existência. Se pudermos criar uma região onde menos pares possam entrar e sair do que em qualquer outro lugar, então essa região terá densidade de energia negativa.

No entanto, encontrar uma teoria consistente que combine a mecânica quântica com a teoria da gravidade de Einstein continua sendo um dos maiores desafios da física teórica. Um candidato, a teoria das cordas (mais precisamente a teoria-M), pode oferecer outra possibilidade.

A teoria-M exige que o espaço-tempo tenha 11 dimensões: a de tempo e a de três de espaço em que nos movemos e mais sete, enroladas de forma invisivelmente pequena. Poderíamos usar essas dimensões espaciais extras para encurtar o espaço e o tempo? Hawking, pelo menos, estava esperançoso.

Salvando história

Então a viagem no tempo é realmente uma possibilidade? Nosso entendimento atual não pode descartá-la, mas a resposta provavelmente é não.

As teorias de Einstein não descrevem a estrutura do espaço-tempo em escalas incrivelmente pequenas. E, embora as leis da natureza muitas vezes possam estar completamente em desacordo com nossa experiência cotidiana, elas são sempre autoconsistentes – deixando pouco espaço para os paradoxos que abundam quando nos mexemos com causa e efeito na tomada de viagem no tempo pela ficção científica.

Apesar de seu otimismo lúdico, Hawking reconheceu que as leis desconhecidas da física que um dia substituirão as de Einstein podem conspirar para evitar que objetos grandes como eu e você pulem casualmente (e não causalmente) para trás e para frente no tempo. Chamamos esse legado de sua “conjectura de proteção cronológica”.

Quer o futuro tenha ou não máquinas do tempo na loja, podemos nos consolar com o conhecimento de que, quando subimos uma montanha ou avançamos em nossos carros, mudamos a maneira como o tempo passa.

Então, no dia de "fingir ser um viajante do tempo", celebrado em 8 de dezembro, lembre-se de que você já é – só não da maneira como esperava.

* Peter Millington é pesquisador do Grupo de Cosmologia de Partículas da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. Este artigo foi publicado originalmente em inglês no The Conversation.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

China cria âncora de jornal com inteligência artificial, e ele é incrível e entediante ao mesmo tempo.




por: Alessandro Feitosa Jr

A agência estatal de notícias chinesa Xinhua criou dois “âncoras” virtuais para apresentar telejornais. Utilizando a modelagem 3D e inteligência artificial, os avatares são capazes de ler qualquer conteúdo, tanto em inglês quanto em chinês. A voz e a aparência foram inspirados em um dos jornalistas da agência.
No anúncio oficial, a companhia disse que o âncora virtual pode ser útil para entradas repentinas de notícias urgentes. O avatar já é considerado pela agência como um membro do time de reportagem e um de seus pontos positivos é “diminuir os custos associados a âncoras humanos, já que ele pode trabalhar 24 horas por dia” – o que, sinceramente, não me parece tão positivo assim.
Na realidade, o âncora virtual ainda não está pronto para tirar empregos dos jornalistas. Apesar da Xinhua dizer que seu novo apresentador é capaz de apresentar notícias em uma linguagem natural, eu não fiquei muito convencido com a demonstração:
A voz ainda é bem robótica, né? Ainda assim, já é um começo promissor para quem acabou de chegar na empresa. A agência diz que ele é capaz de aprender ao assistir vídeos de transmissões ao vivo, inclusive.
Michael Wooldridge, da Universidade de Oxford, disse à BBC que achou o avatar bem artificial. “É bem difícil de ficar assistindo por muito tempo. Ele não tem expressão, a velocidade de suas frases é a mesma sempre, não tem ritmo nem ênfase”, comentou o professor. Wooldridge apontou também que os espectadores costumam ter apreço e confiança por apresentadores humanos que já conhecem há bastante tempo. “Se você estiver olhando para uma animação, essa conexão com o âncora é completamente perdida”, adicionou.
Em tempos em que a confiança na imprensa é baixa, um avatar não parece melhorar o cenário. Além disso, a China é conhecida por ter uma imprensa altamente controlada pelo governo – portanto, ter uma inteligência artificial praticamente sem nenhuma expressão parece uma boa ideia para eles.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Objeto espacial pode estar investigando a Terra, dizem cientistas de Harvard

Asteroide 'panqueca' pode ter sido enviado por alienígenas


Por: ISTOÉ

Um objeto em formato de charuto encontrado em nosso sistema solar no ano passado pode ser uma nave alienígena enviada para investigar a Terra, de acordo com astrônomos de Harvard. As informações são da CNN.

Com o nome de Oumuamua, que significa “a mensagem que alcança o distante passado” no dialeto havaiano, o objeto foi descoberto em outubro de 2017 por um telescópio americano. Desde a descoberta, cientistas especulam e tentam descobrir o que seria o estranho objeto estelar, antes chamado de cometa e asteroide pelos especialistas.

Pesquisadores de Harvard, no entanto, levantaram a possibilidade de que o comprido objeto, que viaja a 196 mil milhas por hora, tenha uma origem artificial e que seja alienígena. A teoria se baseia na rápida aceleração do objeto em nosso sistema solar. Os cientistas ainda especulam que ele pode ter sido usado anteriormente para transporte de cargas entre planetas ou estrelas.

Ninguém ainda pode cravar, com certeza, qual a origem ou a função do Oumuamua, mas cientistas acreditam que a descoberta pode estar próxima.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Entenda os 'deepfakes', que usam inteligência artificial para falsificar vídeos


Se as fake News se transformaram numa praga tóxica, subproduto das redes sociais, um perigo ainda maior se aproxima. Veja este vídeo...

Pois é, pode parecer difícil de acreditar, mas quem está falando isso aí não é o ex-presidente Barack Obama. Trata-se desse ator. A imagem dele foi capturada por uma câmera comum. O vídeo passou por um sistema de inteligência artificial que transformou as expressões do ator no rosto de Barack Obama. A voz foi tratada por um software que é capaz de transformar a voz de praticamente qualquer um em outra voz. O resultado é incrível... e assustador.

Essa história de criar vídeos que não são reais começou no cinema. Quando o filme Forrest Gump chegou, todo mundo ficou impressionado com a perfeição do encaixe do personagem de Tom Hanks nas cenas históricas....

Mais recentemente, num dos episódios de Guerra nas Estrelas, a princesa Léia foi recriada à perfeição. O mesmo foi feito com o ator Peter Cushing, que interpretava um dos generais do Império.

Mas, criar essas ilusões custou milhões de dólares ao estúdio de cinema. No caso do vídeo do Barack Obama que abriu essa matéria, o custo foi quase nada. Ele foi feito usando um aplicativo de computador bem simples. O xis da questão é que o aplicativo está conectado a um sistema de inteligência artificial. Mais impressionante, é que enquanto os estúdios de cinema levaram meses para reproduzir os personagens, no caso do aplicativo, a simulação é quase em tempo real.... Veja este exemplo do filme de Mel Gibson. Na janela do lado, outro ator aparece como o protagonista. Tudo foi feito com inteligência artificial, por meio de um mero aplicativo para computador.... Esses vídeos criados pela inteligência artificial foram batizados de DEEPFAKES.

Os primeiros deepfakes surgiram em 2017, quando um sujeito resolveu criar vídeos pornográficos usando rostos de celebridades no lugar das atrizes, mas isso foi só o início dessa onda. Em seguida, quando o criador lançou um aplicativo que automatizava a criação desse tipo de material enganoso, a moda pegou. Uma série de vídeos falsos começou a pipocar na internet; alguns engraçados, outros simplesmente assustadores. Entre os mais populares estão as dezenas com o rosto do ator Nicolas Cage e também alguns do ex-presidente norte-americano Barack Obama.

O que esses programas fazem é examinar um vídeo original quadro a quadro e então, usando inteligência artificial, aprender o tamanho, a forma e os movimentos do indivíduo para que possa ser imitado fielmente em outro vídeo. A maioria dos deepfakes se limitou a trocar os rostos das pessoas. Mas com recursos avançado, imitam não só a posição da cabeça, mas também expressões e todos os movimentos das sobrancelhas e dos lábios. Quanto mais variáveis e informações forem captadas dos vídeos reais, mais essas redes aprender e se tornam mais eficientes.

A gente foi conversar com um dos maiores - senão o maior - perito em fonética forense do Brasil. Mostramos esses vídeos para Ricardo Molina, especialista em análise de áudio e vídeo em busca de edições falsas ou imperfeições que indiquem uma montagem. No Brasil, segundo ele, ainda não existe nada tão sofisticado que se tenha conhecimento… por aqui, quando aparece, a falsificação ainda é grosseira.

Esta foi uma das raras vezes que Molina se deparou com falsificação em vídeo. Mas o perito já perdeu as contas de quantas vezes precisou analisar horas de gravações em áudio. Mesmo com softwares bastante avançados que simulam quase à perfeição a voz de alguém, ele afirma que é muito mais difícil identificar uma alteração do que em um vídeo.

Mas, nos Estados Unidos, os deepfakes já estão tão perfeitos que os pesquisadores tiveram que também recorrer à inteligência artificial para saber eles são reais ou não. Neste material produzido pela Universidade de Stanford, uma das técnicas de detecção leva em conta o fluxo sanguíneo no rosto da pessoa. Olha só. Num deepfake, não há circulação de sangue. Enquanto num rosto real, a inteligência artificial consegue perceber a movimentação nos vasos sanguíneos.

A verdade é que a partir do momento em que realmente não pudermos mais acreditar nos nossos olhos, estaremos em maus lençóis. Já imaginou a quantidade de mentiras e trapaças que pode se espalhar pelas redes sociais? Se as pessoas já acreditam hoje em mensagens em texto, a chance delas serem enganadas por um vídeo é muito maior – afinal, todo nós crescemos acreditando que se há um registro em vídeo, é por que ele é real.... pois é, já não dá para pensar assim...

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Pacientes paraplégicos voltam a andar depois de implante que reativa conexões nervosas

Imagem do Centro Hospitalar de Lausanne, na Suíça (Foto: Reuters)

Três pacientes paraplégicos conseguiram voltar a andar graças a um implante que estimula a medula espinhal com impulsos elétricos. Os dois artigos sobre o estudo, desenvolvido no Centro Hospitalar de Lausanne, na Suíça, foram publicados nesta quinta-feira (1°) na revista científica Nature.

Os impulsos são produzidos por um implante posicionado sobre a espinha, cuidadosamente alinhado a áreas que controlam os músculos na parte inferior do corpo. Eles ativam os músculos individuais em sequência, da mesma forma como o cérebro faz. A RFI entrevistou a neurocirurgiã Jocelyne Bloch, que colocou os implantes nos pacientes.

Segundo a neurocirurgiã, três deles têm uma lesão na medula situada aproximadamente no meio das costas, mas o cérebro, as pernas e a parte de baixo da medula continuaram intactos depois do acidente.

“O que fizemos foi estimular eletricamente a parte inferior da medula espinhal, embaixo da lesão, para favorecer a atividade muscular usada para andar. Significa que o cérebro continua enviando ordens para as pernas caminharem, mas infelizmente não há fibras musculares suficientes para que o paciente possa dar os passos. Mas quando ele recebe um estímulo elétrico, facilitamos esse processo”, explica.

Uma das grandes novidades da pesquisa é que dois dos pacientes não precisam mais desse estímulo para caminhar, mesmo que seja por curtas distâncias. “Conseguimos imitar, da melhor possível, os movimentos naturais”, diz Bloch. “O estímulo da medula espinhal já existia para quem tinha sofrido uma lesão, mas de forma contínua, o que não facilitava a ativação dos músculos um após o outro”, explica a neurocirurgiã.

“Agora compreendemos o mecanismo das conexões nervosas que possibilitam a caminhada e tentamos imitá-lo, usando esses estímulos elétricos, que vão ativar toda a cadeia muscular envolvida no movimento”, descreve. “A diferença em relação aos métodos anteriores é que, treinando os pacientes paralisados dessa maneira, percebemos, depois de algumas semanas, e intenso treinamento, que eles recuperavam uma função muscular perdida”. Os pacientes ainda precisam de muletas ou andadores.

Paraplégico andou dois quilômetros sem implante

Hoje, dos três pacientes, que têm graus diferentes de paralisia, dois conseguem dar alguns passos sem o estímulo elétrico, mas ainda se sentem melhor com o implante. “Um deles conseguiu andar dois quilômetros sem a ajuda do equipamento”, descreve a neurocirurgiã.

Outros progressos ainda mais impressionantes são esperados. “A ideia, no futuro, é propor uma terapia, começando o tratamento mais cedo. Os pacientes descritos no estudo começaram o estímulo três ou sete anos depois do acidente. O ideal seria começar imediatamente depois da lesão na medula para começar a reeducação nas melhores condições”, declara.

Outro objetivo da equipe é melhorar o sistema de estímulo para adaptar ao mecanismo individual de cada paciente. “Ainda há progressos a serem feitos”, analisa. Ela lembra que o treinamento possibilita a reativação das conexões nervosas atingidas no acidente, o que intensificará o sinal que o cérebro envia para as pernas.